Assistindo aos últimos episódios da primeira temporada de Bones me senti inspirada a falar sobre essa instituição que muitos dizem estar falida, juntamente com o casamento.... Na verdade esse mundo esta chegando a um ponto que muitos estão esquecendo o valor da família mesmo. Queria de uma forma bem simples falar sobre como deveríamos ver as coisas de modos diferentes as vezes, sabe aquele olhar de criança que acredita que o pai, a mãe e, no meu caso, o irmão mais velho poderiam fazer tudo e que não existiria nada no mundo que rompesse isso. Sabe, quando crescemos começamos a descobrir as imperfeições, os defeitos antes inexistentes agora começam a saltar da nossa boca para serem apontados diretamente no rosto daqueles que quando éramos crianças eram nossos heróis, nossa fonte de todo entendimento, as pessoas mais inteligentes do mundo.... Por que precisa ser assim? Não podemos crescer e continuar aceitando-os simplesmente pelo amor que sentimos? Existe realmente a necessidade de desmancharmos o nosso castelo com uma realidade exagerada, muitas vezes, por nos...
Família e família, independente de qualquer outra coisa, as vezes da vontade de não ter me tornado adulta para poder ver todas as características da pessoas que eu amo como eu as via antes... A racionalidade e a maturidade as vezes nos afastam das pessoas porque ao invés de simplesmente admira-las, passamos a analisar todos os seus atos e questionar ate mesmo aqueles que não precisariam... Saudade de acreditar que meu pai podia fazer a mágica do chiclete, ele fazia aparecer um chiclete na mao dele do nada, saudade de acreditar que o motivo que fazia a minha ame chorar em determinados momentos era apenas dor de cabeça, saudade de imitar “Want to break free” porque o meu mano escutava bem alto, saudade de ficar sentada na mesa que o Micael cortava vidro e embaixo do balcão da vidraçaria desenhando enquanto a Cida atendia, saudade da Paula fazendo penteado no meu cabelo com o aspirador de pó, porque na verdade ela tinha só 11 anos e já cuidava de mim, uma criança de 6, saudade de tentar segurar a Gabi (amparada por uma pilha de travesseiros) e achar lindo o nenê, coisas que só uma criança diz com toda a verdade e pureza. Gosto tanto de família que não me contento só com a aminha de sangue, tenho mais duas, essa que acabei de citar: Micael, Cida, Paula e Gabi e Enedir, Eliane, Edivan, Karina e Kamila. Também tenho saudades de muitas coisas sobre eles, ver que todo mundo na igreja vivia ao redor do “Irmão Enedir”, mas só eu era chamada de filha alem dos seus filhos de sangue mesmo, saudade da bolachinha cujo cheiro me lembra ate hoje da minha infância, ne?! Saudade de andar de bicicleta só ao redor da quadra com o Edivan e achar que estávamos desvendando o mundo, saudade de querer o restinho da mamadeira da Karina e dormir ao invés de fazer a Kamila dormir... Saudade da pureza que só temos no nosso olhar antes de experimentar toda maldade e todo o sofrimento que existe nesse mundo. Saudade de ver minha mãe abrindo as caixas do Avon e ajudá-la a conferir um monte de produtos, saudade de quando ela ia trabalhar e trazia batom de chocolate pra mim e eu comia bem devagar pra durar bastante, saudade de assistir filme ainda na sessão da tarde com meu mano e achar o Maximo, aqueles filmes que hoje a GNT olha e diz, “aff já passou um milhão de vezes...” Amo “Mudança de habito”, “De volta para o futuro” e “Ninguém segura esse bebe”, porque eles são parte das coisas que eu fazia com meu mano mais velho, o Ivan, saudade do orgulho infantil de dizer o nome dos familiares... Saudade do meu pai me ensinando a ler e escrever e orgulhoso porque a menininha de 3 anos e meio já era uma chata querendo ler todas as placas da cidade.
Por que quando a gente cresce a gente esquece o quanto e bom um colo, ou as vezes quando a gente precisa a gente esconde esse sentimento, porque gente grande não deveria querer colo? Por que os adolescentes acham que e um mico dar um beijo nos pais e dizer que os amam na frente dos amigos? Não existe nada mais lindo do que uma filha que divide com a mãe todos os seus segredos, não existe nada mais lindo que alguém que sabe dizer eu te amo e que ainda tem o respeito e o cuidado de escolher as palavras para se dirigir aos pais...
Espero que mesmo alcançando a maturidade, possamos manter aquele sensação infantil de quando ganhamos um sorvete, somos empurrados no balanço e buscados na escola, que sejamos um pouco mais parecidos com o que éramos quando crianças... Não podemos ignorar o fato de que nossos familiares são pessoas e como tais cometem erros o tempo todo, mas podemos, sim, focar a nossa atenção mais em suas qualidades... Não importa onde você esteja hoje, nem quem você seja... Sua família e responsável por tudo o que você alcançou... Que possamos ter aquele sentimento que não se abala por nada que venhamos descobrir ou que venha ser falado sobre os nossos familiares, porque as crianças são assim, não importa o que falam do papai e da mamãe, nada muda em um coração puro e cheio de amor que só aqueles que não conheceram ainda a maldade e a malicia desse mundo possuem...
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