"A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltara ao seu tamanho original." Albert Einstein

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Relembrando escritas...

Um dia minha linda amiga Renata me convidou para ser colunista no site dela, eu tinha de falar sobre linguagem e educacao... Vou repostar os textos todos aqui, nao sei quando nem em que sequencia, mas ai vai um...

Olá, pessoal! Bom domingo a todos, principalmente àqueles que estão estudando. Momento “Aline, você está louca? Ninguém estuda no domingo...” Ah, não?! Loucos estão vocês... Galera do terceirão que o diga. Não estuda quem não quer um lugarzinho na federal, não é mesmo?! Talvez esses meses de agosto e setembro sejam de trégua, mas acredito que, nesse mundo competitivo e endoidecido em que vivemos, existem, sim, muitos adolescentes, no auge da sua confusão hormonal, em casa praguejando porque o irmão de dez anos pode ficar andando de bicicleta enquanto eles estão presos nas ‘cadeias carbônicas’.
É para vocês e, principalmente, para os seus pais que eu escrevo esse texto, para que vocês entendam o monstro, chamado carinhosamente de VESTIBULAR. O problema não é a prova, galera, não acreditem nisso. O problema é a confusão que vocês mesmo fazem por causa dela. A fase final do Ensino Médio pode se tornar uma dor de cabeça para pais, alunos e professores, tudo por culpa de quem? Deles mesmos. Sim, eu sou professora, mas meus alunos nessa fase já sabem que de mim estão isentos de toda a pressão, até porque eu sei que ela é a raiz desse mal.
Eu vejo jovens de 17 anos pensando que precisam decidir o resto de suas vidas em um único clique, o da inscrição para a universidade. É lógico que essa é uma decisão importante, vocês precisam se preparar para os anos que virão, escolher a profissão e se dedicar para dar o seu melhor, porém não encarem isso como o ponto final da vida. Não é como se vocês estivessem condenados a fazer isso pra sempre. A nossa perspectiva muda e o que parece hoje ser uma mina de ouro pode amanhã ser apenas uma lojinha de bijuterias. Tomem cuidado para não escolher uma faculdade simplesmente pelo status e pela expectativa salarial, pessoas que fazem isso têm a tendência a serem frustradas e infelizes. Às vezes “curtem” a sua depressão em Paris, eu sei, mas mesmo assim são infelizes e, pelo menos, na minha opinião, não vale a pena chorar todos os dias dentro de uma Ferrari...
Não me compreendam mal, não quero dizer que devemos ser bobinhos e não querer conquistar coisas na vida, mas já é conhecido o fato de que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males (I Tm 6:10-11), certo?! Então, vestibulandos dessa vida, escolham algo em que vocês terão prazer de trabalhar e lembrem-se também de que é permitido mudar de idéia e se um dia alguém não se sente mais feliz com uma profissão, pode recomeçar.
Pais de vestibulandos, por favor, não façam os seus filhos pensarem que eles dependem de um diploma para ter o seu amor, nem que o primeiro lugar vai garantir a sua herança, não façam eles pensarem que só serão bons o bastante se superarem as expectativas acadêmicas. Existe uma grande parcela da população que detesta o seu trabalho porque um dia foi obrigada a escolher aquela profissão, portanto não pressionem os seus filhos a fazerem o que vocês querem ou a realizarem os seus sonhos frustrados...
Vivemos em uma sociedade individualista e preconceituosa, então não se iluda com a idéia de que o vestibular é uma forma de provar que você é bom, estude e se esforce, dê o seu melhor, mas não seja escravo disso e não se cobre tanto, o futuro está cheio de opções e se não for como você esperava agora, sempre pode ser daqui a pouco. 

Gosto muito da crônica “A lição de Noé” de Rubem Alves, a qual fala exatamente disso, do engano que é o mercado de profissões e da limitação que elas trazem para a vida do jovem. Quem tiver a oportunidade de ler na íntegra, aproveite, ela é ótima. Aqui fica a sua lição final: “Nunca se sabe o futuro das profissões e dos empregos. Um tal de Noé, por profissão fabricante de vinhos, muito tarde na vida teve de aprender o ofício de construtor de navio. Não fosse isso, teria morrido afogado.”

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